sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Amor Além da Vida!

Hoje tivemos um dia de lembranças, como para muitas famílias. Dia de saudades, de lágrimas, de sensações... Algumas vezes é possível sentir o cheiro das situações que marcaram a vida da gente, hoje foi um desses dias, que foi possível sentir o cheiro daquele dia, do dia mais triste das nossas vidas.

Hoje, antes de sair para o cemitério, paramos pra conversar sobre o porque de irmos lá, o que nos fazia ir lá se sabemos que nosso pequeno não está lá. Apenas seu corpinho descansa naquele lugar, mas ele não sabe, não vê e não sente a nossa presença. Ao menos é assim que acreditamos (pois os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa alguma!).

Então percebemos que o que nos fazia ir até lá era a nossa consciência, a sensação de paz em mostrar que não havíamos esquecido o nosso menino. Mas peraí, é impossível esquecer um filho. Em nenhum momento, um dia sequer, conseguiremos esquecer do nosso Samuel. Nossa ida ao cemitério era apenas pra reafirmar isso pra nós mesmos, não faz diferença para ele, ele sabia o quanto era amado e esperado, sabia o quanto faria a diferença nas nossas vidas e sabia que estaria eternamente vivo dentro dos nossos corações, independente de continuar aqui ou não. E então enxugamos as lágrimas, levantamos a cabeça e decidirmos tentar deixar o nosso dia alegre, afinal nosso pequeno não iria nos querer tristes. E na verdade, tristeza por que? Tá, ele morreu, sim, nós lembramos disso, aliás, lembramos todos os dias, todas as horas, em todas as ocasiões. Mas ele deixou de sofrer, teve o descanso digno de um guerreiro como ele era, teve o sofrimento abreviado em uma súplica materna de sofrer no lugar do filho. Sim, Deus me ouviu e me privilegiou, quando eu fiz o pedido que toda mãe faz vendo seu filho sofrer, o de sofrer no lugar daquele filho, o de transferir para si todo o sofrimento e dor daquele ser tão amado. Deus me permitiu sofrer no lugar dele e se fui eu quem pediu isso, preciso entender que Deus não tirou o meu filho de mim, ele apenas teve compaixão do nosso apego e acatou o meu pedido.

E depois de conversarmos nós decidimos aproveitar o nosso dia da forma como gostaríamos de aproveitar se ele estivesse aqui. Cada família, cada pai e cada mãe age de uma forma, o importante é agir da forma que acalma o nosso coração e deixa nossa consciência em paz.

Nosso pequeno estará vivo eternamente pra nós em cada pedacinho da nossa casa, das nossas vidas e dos nossos corações. Não precisamos ir ao cemitério, onde só poderíamos levar flores, chorar pela limitação em não poder dar o brinquedo que ele poderia querer, a roupa que ele poderia precisar, a sandália com luz, o tênis com bolha ou a bola colorida. Chorar a partida dele, tão cedo. Chorar a ausência e a saudade que ele deixou, o vazio enorme nos nossos corações. Porque, na verdade, ele não deixou nossos corações vazios, encheu eles de amor antes de partir e com tanto amor que ele deixou nos ensinou que a vida e a morte andam sempre de mãos dadas e que a morte não tem a intenção de nos separar, apenas de nos ensinar que precisamos estar prontos para o grande reencontro!

Estaremos lá quando nosso coração pedir, mas não pra mostrar pra ele que não o esquecemos, e sim para mostrar pra nós mesmos que precisamos daquele momento pra sentirmos paz. Nosso pequeno jamais será esquecido. Jamais será substituído e sim, muitas vezes iremos chorar de saudades...


Mas Samuel está descansando... e nossos corações precisam fazer o mesmo!! Isso também é amor além da vida!

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