sexta-feira, 16 de novembro de 2012

EMANUEL - Deus Está Entre Nós!!!! (Relato de parto)


Por fim chegamos ao último capítulo da novela mexicana “Emanuel”!
Chegamos na maternidade a 01:00h da manhã do dia 10, com 6cm de dilatação e em TP ATIVOOOOO!!!

IoI   /o/ 

Mas por causa de um sangramento importante o plantonista não permitiu que déssemos continuidade ao parto normal. Entrei no CC às 02:00h, o anestesista fez a parte dele e logo começaram os procedimentos... me lembro do obstetra dizer que havia muito sangue, lembro também dele pedir pra chamarem uma médica pra ajudá-lo e eu perguntei se estava tudo bem, mas em coro me responderam “não!!” Comecei a me preocupar, eu lembrava de sentir a pressão nas outras cesáreas, mas dessa vez tinha algo muito diferente e de repente abri os olhos, estava com respirador e já eram 04:20h. Mas peraí... cadê o meu filho??? O anestesista me acalmou, disse que ele estava no berçário e estava bem. Mas como assim??? Meu filho nasceu e eu nem vi??? Pois é, perdemos o relato, então!!!

Bom, na verdade não perdemos o relato, porque a partir de agora vou contar como foi me tornar mãe pela terceira vez.

Logo em seguida eu apaguei outra vez e quando acordei novamente já eram 05:10h, a anestesia já havia passado e os 3 obstetras do CC estavam me olhando. Colocaram Emanuel em cima de mim e me levaram pra enfermaria. Eu nem tinha visto o rostinho dele ainda. Na enfermaria pegaram meu guri de cima de mim, vestiram a roupinha nele e deram ele pra eu cheirar, beijar, e admirar. Tão lindo, tão pequeno, tão perfeito!!! Eu queria saber peso, tamanho, apgar, mas acima de tudo eu sabia que ele estava bem, pois estava ali comigo. Em seguida pedi pra colocarem ele pra mamar, ele imediatamente começou a sugar o colostro que estava prontinho pra ele havia já alguns dias. Foi lindo, maravilhoso, inexplicável!!! Podemos ter uma dúzia de filhos, cada nascimento será sempre único. Fui tomada por um sentimento que não sei definir. Ter meu filho ali, juntinho de mim, sentindo o cheirinho dele, sem que nos separassem bruscamente... foi muita emoção! Ele estava ali... e ele era meu!!! Agradeci a Deus por tudo ter corrido bem e pela vida abençoada do meu menininho.




Emanuel nasceu às 03:08h do dia 10/11/12, com 3,280g e medindo 48cm... e eu me tornei mãe pela terceira vez, uma mãe completamente feliz! Durante os 3 dias de internação, várias vezes perguntei para minhas amigas acompanhantes (que aliás só posso agradecer de coração por terem deixado a vida delas de lado um pouquinho pra participar da minha) se elas achavam que ele estava amarelinho, tamanho era meu medo que ele tivesse que ficar internado. Quando a pediatra passou na segunda de manhã pra avaliar o Emanuel me deu um medo, medo dela descobrir alguma coisa que ninguém tivesse visto na gestação, medo de tanta coisa, dele ter que ficar lá. Depois da avaliação criteriosa ela assinou a alta dele e quando me vi ali, com meu filho no colo, perfeito, saudável e com alta pra ir pra casa, nem preciso dizer que chorei, neh?? Tirei aquela tonelada de peso das costas, joguei no chão e pisei em cima... Chorei aliviada, chorei emocionada, chorei de FELICIDADE!!! Chorei sim, porque Deus me deu de presente uma nova vida.

Pegar seu bebê que acabou de nascer e ir pra casa já é uma experiência sensacional por si. Mas ter a oportunidade de viver isso depois de ter levado pra casa um filho morto é simplesmente o máximo do limite da alegria e do alívio. É como ouvir Deus falando: “A culpa não foi minha, só quero que você seja feliz!” Mas peraí, Deus... eu nunca, NUNCA, achei que a culpa fosse Tua. Naquele momento passou um filme na minha frente, numa velocidade quase impossível. Revivi cada emoção dos nascimentos dos outros dois, senti novamente o cheirinho de cada um deles. Então comecei a arrumar as malas pra voltar pra casa, e dessa vez voltaria com meu filho nos braços. Um pouco mais tarde passou o obstetra e assinou a minha alta, agora sim, com ambas as altas assinadas, poderíamos ser felizes para sempre no nosso lar.



Quando saímos pelo corredor eu vi, lá no final, embaixo do sol quente, brilhando um rostinho sorridente. Era meu primogênito, esbanjando felicidade por nos ver e que veio correndo me abraçar dizendo: “Mamãe, eu senti tanta saudade!” (eu também senti, meu filho!) Imediatamente ele olhou no meu colo, viu o nenén e com uma carinha muito desconfiada ele disse: “Mamãe, o nenén vai poder ir pra casa com a gente dessa vez?” Eu não era a única que estava sentindo a emoção daquele instante, deu pra perceber, neh? Respondi apenas “Vai sim, meu filho!” e entendi naquele momento o quanto tudo que havia acontecido até ali teria afetado diretamente meu filho de 3 anos, sem eu nunca ter me dado conta disso.

Peguei meus filhos, entramos no carro e viemos pra casa. Depois da alta assinada, o segundo momento mais emocionante foi entrar no quarto, olhar todas aquelas coisas lindas, das quais muitas delas deveriam ter sido usadas e estragadas pelo Samuel, ali intactas, lindas, arrumadinhas e limpas.... só esperando seu novo proprietário que acabara de chegar. Coloquei Emanuel no berço, olhei pra cima e, com os olhos rasos eu agradeci a Deus, teria ajoelhado ali, não fosse a dor e o inchaço do pós parto.

Estou APAIXONADA, extasiada, completamente feliz com a chegada do meu menino. Só tenho cada dia mais certeza de que Deus olha por cada um de nós com tanto carinho que não importa quanto tempo leve, mas quando algo bom nos é tirado Ele sempre acha um jeito de recompensar.

E agora somos uma família completa... Papai, Mamãe, Felipe, Samuel e Emanuel... juntos ou não, somos uma família perfeita!!! E como diz a canção “nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia...”!



“Não tenho tempo pra mais nada... ser feliz me consome muito!” 

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Bolinhas de Sabão!

38 semanas!!! Ciclo completo!!!

Como o tempo passa rápido, nossa!! Há 8 meses atrás, fazendo exames de rotina pra inserção de um DIU, descobri que estava grávida. A princípio tive muito medo, medo de tudo... medo de reincidência de cardiopatia, medo de ruptura da cicatriz da cesária anterior (que havia sido 10 meses antes), medo de passar mal e morrer, medo de rejeitar o meu bebê, medo de tudo... MEDO foi a palavra que mais me fez companhia durante esses 9 meses, tenho que confessar. Mas ao mesmo tempo, nesse período, foi crescendo dentro de mim uma fé tão grande, um amor capaz de ultrapassar todos os limites já estabelecidos, um amor que me trouxe de volta a vontade de viver, de sorrir, de lutar por dias melhores. 

Samuel veio pra mudar as nossas vidas e mudou!!! Emanuel está vindo pra completar!!!

Foram 9 meses de repouso, praticamente de castigo em casa, muitas vezes sem poder pegar o Felipe no colo, tantas vezes ele me pediu colo e eu precisei sentar pra pegá-lo, muitas vezes ele quis brincar de pega-pega e não se conformava em correr sozinho, então ele se contentou em apenas brincarmos de bolinhas de sabão e essa foi a nossa brincadeira de todas as tardes desde então, sentada no portão de casa, fazendo bolinhas de sabão e ele correndo atras. Ontem, brincando com ele, fiquei olhando aquelas bolinhas e pensando "a nossa vida é uma bolha de sabão". Surgimos de onde parece impossível, de acordo com o sopro da vida vamos crescendo, brilhando, levantamos voo, depois apenas deixamos o vento nos levar, ultrapassamos muros altos, árvores grandes e empoderadas, o calor do sol... e então, num certo momento desaparecemos. Mas o importante não é até onde a bolha de sabão subiu, o quanto ela voou e nem quanto tempo ela aguentou as intempéries da natureza, o importante foi o brilho que ela trouxe, a alegria, o quanto ela nos fez desejá-la, e se ela deixou ou não que a alcançássemos. Aí descobrimos uma grande coisa, descobrimos que a nossa agonia em alcançar aquela bolha foi o que a fez estourar, porque ela não foi feita pra ficar em nossas mãos, mas pra voar longe, alto, enquanto houvesse água e sabão suficientes pra suportar a ventania. 

Nos próximos dias estarei dando ao mundo uma linda bolinha de sabão, que irá brilhar, voar alto, passear pelos jardins mais lindos, pelas florestas mais densas, mas que irá marcar a minha vida e morar eternamente no meu coração. 

Foram 9 meses de expectativa, de ansiedade e medo. Mas agora está tão pertinho que só quero ver o rostinho do meu pequeno, cheirar e abraçar muito. E só tenho a agradecer a todos os telespectadores da novela "Emanuel" que deverá ter seu último capítulo apresentado nos próximos dias. Mas essa novela, mesmo depois de acabar, continuará rendendo belas histórias e lindas cenas de amor por uma vida inteira.




Obrigada a todos que estiveram presentes nesse período tão importante pra nossa família. Agora iremos compartilhar com vocês apenas coisas boas e provarmos que o amor de Deus é capaz de nos dar presentes inesperados que ninguém mais poderia nos proporcionar. 

Que essa nova etapa da nossa vida seja mais um marco. E daí se eu tenho mais de um marco na minha vida??? Tenho história!!! E isso ninguém jamais vai poder me tirar!!!

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Amor Além da Vida!

Hoje tivemos um dia de lembranças, como para muitas famílias. Dia de saudades, de lágrimas, de sensações... Algumas vezes é possível sentir o cheiro das situações que marcaram a vida da gente, hoje foi um desses dias, que foi possível sentir o cheiro daquele dia, do dia mais triste das nossas vidas.

Hoje, antes de sair para o cemitério, paramos pra conversar sobre o porque de irmos lá, o que nos fazia ir lá se sabemos que nosso pequeno não está lá. Apenas seu corpinho descansa naquele lugar, mas ele não sabe, não vê e não sente a nossa presença. Ao menos é assim que acreditamos (pois os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa alguma!).

Então percebemos que o que nos fazia ir até lá era a nossa consciência, a sensação de paz em mostrar que não havíamos esquecido o nosso menino. Mas peraí, é impossível esquecer um filho. Em nenhum momento, um dia sequer, conseguiremos esquecer do nosso Samuel. Nossa ida ao cemitério era apenas pra reafirmar isso pra nós mesmos, não faz diferença para ele, ele sabia o quanto era amado e esperado, sabia o quanto faria a diferença nas nossas vidas e sabia que estaria eternamente vivo dentro dos nossos corações, independente de continuar aqui ou não. E então enxugamos as lágrimas, levantamos a cabeça e decidirmos tentar deixar o nosso dia alegre, afinal nosso pequeno não iria nos querer tristes. E na verdade, tristeza por que? Tá, ele morreu, sim, nós lembramos disso, aliás, lembramos todos os dias, todas as horas, em todas as ocasiões. Mas ele deixou de sofrer, teve o descanso digno de um guerreiro como ele era, teve o sofrimento abreviado em uma súplica materna de sofrer no lugar do filho. Sim, Deus me ouviu e me privilegiou, quando eu fiz o pedido que toda mãe faz vendo seu filho sofrer, o de sofrer no lugar daquele filho, o de transferir para si todo o sofrimento e dor daquele ser tão amado. Deus me permitiu sofrer no lugar dele e se fui eu quem pediu isso, preciso entender que Deus não tirou o meu filho de mim, ele apenas teve compaixão do nosso apego e acatou o meu pedido.

E depois de conversarmos nós decidimos aproveitar o nosso dia da forma como gostaríamos de aproveitar se ele estivesse aqui. Cada família, cada pai e cada mãe age de uma forma, o importante é agir da forma que acalma o nosso coração e deixa nossa consciência em paz.

Nosso pequeno estará vivo eternamente pra nós em cada pedacinho da nossa casa, das nossas vidas e dos nossos corações. Não precisamos ir ao cemitério, onde só poderíamos levar flores, chorar pela limitação em não poder dar o brinquedo que ele poderia querer, a roupa que ele poderia precisar, a sandália com luz, o tênis com bolha ou a bola colorida. Chorar a partida dele, tão cedo. Chorar a ausência e a saudade que ele deixou, o vazio enorme nos nossos corações. Porque, na verdade, ele não deixou nossos corações vazios, encheu eles de amor antes de partir e com tanto amor que ele deixou nos ensinou que a vida e a morte andam sempre de mãos dadas e que a morte não tem a intenção de nos separar, apenas de nos ensinar que precisamos estar prontos para o grande reencontro!

Estaremos lá quando nosso coração pedir, mas não pra mostrar pra ele que não o esquecemos, e sim para mostrar pra nós mesmos que precisamos daquele momento pra sentirmos paz. Nosso pequeno jamais será esquecido. Jamais será substituído e sim, muitas vezes iremos chorar de saudades...


Mas Samuel está descansando... e nossos corações precisam fazer o mesmo!! Isso também é amor além da vida!