terça-feira, 9 de abril de 2013

Vai passar... será mesmo???

Já ouvi tantas vezes a frase "Isso um dia vai passar!"
Tô esperando... ... ...

No último sábado, com a graça de Deus completei mais um ano de vida. Foi um dia bem gostoso, almoço em família, tarde agradável. Teria sido perfeito, não fosse pelo fato de ter um lugar vazio naquela mesa.
Eu penso no meu filho todos os dias, mas especialmente nas datas comemorativas eu fico muito mais emotiva, sinto ainda mais a sua ausência. Só consigo pensar "como seria..." ou "por que tinha que ser assim?".

Não gosto quando me dizem "Deus te deu outro bebê, que é saudável" ou quando fazem algum comentário parecido. O fato de eu ter outro filho perfeito e saudável (além de lindo, claro rs) não anula a dor de enterrar um filho. Filhos são insubstituíveis.

Depois da morte dele eu só voltei no cemitério uma vez. Tenho vontade de ir, mas me falta coragem. O cheiro das árvores em volta me remetem àquele dia terrível, que eu enterrei pra sempre um pedaço de mim. Vou confessar uma coisa, tem dia que me dá uma vontade de ir lá a noite, no escuro, sem ninguém perceber e desenterrar aquele caixãozinho, só pra ver meu filho de novo. É dramático, eu sei, mas aqui eu posso ser dramática o quanto eu quiser, foi pra isso que criei o blog. Fico olhando pro Emanuel, com quase 5 meses, vendo suas gracinhas, suas descobertas, seu sorriso tão lindo. Não tem como ignorar a curiosidade por saber como seria o sorriso do Samuel, como ele teria reagido à chegada do irmão, isso se depois dele tivesse um irmão, neh? Talvez não... Mas é impossível não pensar num gurizinho correndo aqui dentro de casa, derrubando minhas coisas, caindo da cama, brigando com o Felipe. Viverei a eterna curiosidade e a saudade do que não pude viver.

Completei 30 anos e mesmo que eu viva outros 30, 40, 50, em todos os anos haverá um lugar vazio naquela mesa, reservado pra quem eu amei mais do que a mim mesma a ponto de abrir mão de ver seu sorriso, pra que não visse seu sofrimento. Minhas festas nunca mais serão as mesmas, mas mesmo assim quero agradecer a Deus por cada dia me fazer compreender que a vida não pode ser compreendida, mas deve ser vivida como se cada minuto fosse o último!

Obrigada Papai do Céu pela linda família que eu ganhei, obrigada por cuidar pessoalmente do meu menino e tão carinhosamente de nós que ficamos aqui esperando o grande reencontro!!!

Coração apertadinho hoje...

2 comentários:

  1. Querida amiga Lili. Tenho certeza que essa dor jamais passará. Eu não consigo mensurar sua dor. Eu tive um aborto da minha primeira gravidez, estava de quase 3 meses, era novinho, mas a dor é imensa, mas a dor deve ser diferente.
    Amiga estarei orando por vc e sua família e aonde o Samuel esteja com certeza ele estará sempre pertinho de você tentando acalmá-la. Tenho certeza que ele olha e cuida de você junto com Deus!
    É como vc disse filhos são insubstituíveis e nada que as pessoas digam vão fazer vc ficar melhor. Somente Deus poderá amenizar e o seu Emanuel veio para ajudar a acalmar seu coraçãozinho.

    Deus lhe abençoe!

    Bjos no coração!

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