quinta-feira, 10 de maio de 2012

A Árvore da Vida!!!

Hoje foi dia de homenagem na escola!



Dias das mães... eu sabia que não seria fácil! Ver meu pequeno lá, cantando e encenando em minha homenagem, seria emoção demais!!! Foi o primeiro dia das mães dele na escola e o meu primeiro também, e depois de tantas emoções no ano passado eu sentia que ia chorar um rio, até levei um lenço rs. 


Chegamos lá e as crianças começaram as apresentações, cada nível com sua turma e suas professoras queridas, todo mundo tão empolgado, lindas fantasias que as tias passaram dias planejando e fazendo, fantoches, teatrinho, danças, tudo lindo e perfeito! Do jeitinho deles estava tudo encantador!


Felipe entrou com sua turminha, estava empolgado com um fantoche na mão, a música começou e então... ele me viu... ahhhhhhhhhh filhoooo, por que você tinha que ver a mamãe antes da música??? Pronto, não cantou nada! Não encenou nada! Não fez nada!! Alias, fez sim, um bico do tamanho do mundo haha! Mas eu ainda estava lá emocionada, pedindo pra que ele cantasse. Eu juro que tentei me esconder antes que ele me visse, mas o rapazinho já entra no palco procurando por todos os lados e quando eu me escondi atras de alguém ele já tinha me visto e foi batata!! Se ele me vê fica tímido, típico de menino mimado como ele é rs. Tirei um monte de fotos, a apresentação terminou e todos voltaram pra salinha, pra devolver os fantoches. E eu fiquei babando, não ia ficar triste porque meu filho estava com vergonha de cantar, jamais! Fiquei orgulhosa dele lá, mesmo que feito uma estátua rs. 


Depois da turma do Felipe entrou a turma do Berçário, cada bebê no colo de uma tia, as tias todas se uniram pra carregar os bebês e o tema da apresentação dos pequeninos era "A Árvore da Vida". Uma música tão tocante, um clima tão gostoso! Os pequenos ainda não sabem cantar, então uma das tias leu um poema lindo, enquanto os pequeninos batiam palminhas seguindo o ritmo da música. Uma música daquelas que nos faz parar tudo que estamos fazendo e apenas ouvir, apenas deixar ela tocar o coração da gente.
Os pequenos se empolgaram, cada bebê levantava do seu lugarzinho e ia andando até uma árvore no meio do salão e lá deixava a sua "sementinha" com o nome da mamãe. Foi lindo ver aqueles toquinhos de gente fazendo as homenagens deles.


De repente, lá nos fundos, beeem lá nos fundos da pequena multidão, eu vi que uma mãe chorava copiosamente, aquilo me incomodou um pouco, mas eu entendo o sentimento da mãe que está vendo seu filho se apresentar pela primeira vez e continuei observando as crianças. Mas ela não parava, ela chorava alto, ela estava se desmanchando em lágrimas lá nos fundos e eu não estava entendendo direito o motivo. Claro que fiquei curiosa, a curiosidade é um dos meus defeitos e eu cheguei mais perto, não pra perguntar, mas tentar entender o que estava acontecendo ali. Então eu vi que aquela mãe não estava sozinha, ela estava acompanhada do esposo e de uma senhora que enquanto abraçava aquela mãe chorosa, sorria para as crianças. Foi fácil ver que o pai também estava emocionadíssimo e então eu pude ver ali, ao lado deles, duas bengalas!! Ambos, pai e mãe, são cegos! E tudo que eu imagino que aquela mãe estava fazendo era tentando imaginar o que o seu bebê estava fazendo, mesmo que em silêncio, lá naquele palco. Ela ficou em pé, pegou a bengala na mão e saiu no meio das pessoas, foi andando com a senhora que a acompanhava atras, tentando chamá-la, mas ela não ouvia, ou se ouvia fingia que não e continuava andando. Ela foi seguindo até o palco, todos viram e ficaram imóveis, ninguém tentou impedir aquela mãe talvez porque alguns duvidassem que ela chegaria até a árvore. E quando ela estava chegando lá, no meio do palco, perto das crianças, todos pudemos ver um bebê se levantando, com mais ou menos 1 ano e meio e andando, ainda com um pouco de dificuldade, até os braços daquela mãe que ele sim podia ver! Era tudo que aquela mãe queria, ter certeza que seu filho a estava vendo, que ele sabia da sua presença e o quanto ele era importante pra ela. Aquele bebê estava ainda com a sua "sementinha" na mão, ainda sem colocar na árvore e ao invés de colocar lá ele a entregou para aquela que havia dado a ele o dom da vida, que mesmo com as dificuldades que ela enfrenta e com todas as suas limitações, afinal o pai do pequeno também é cego, ainda assim ela deu a ele a vida, ela era a verdadeira árvore da vida daquela festa! E foi impossível não se emocionar! 


A apresentação do Berçário terminou e os bebês voltaram para suas salinhas e eu pude ver no rosto daquela mãe a satisfação e a sensação de dever cumprido que só uma mãe que enfrenta tudo e todos por seu filho é capaz de expressar. E eu aprendi que quando eu reclamo que estou triste, quando eu digo que estou com problemas, eu devo apenas pedir a Deus forças pra continuar, pois pessoas nesse mundo enfrentam uma dificuldade diária, constante, e ainda assim continuam celebrando o dom do Amor e da Vida!!!


O dia das mães ainda não chegou, mas eu já ganhei o meu presente e aprendi minha lição!!

3 comentários:

  1. Pois é amiga, sempre digo que dor é dor, não tem tamanho, mas para nós, q já estamos mais calejadas e lutamos tanto, tudo é exemplo de vida, é exemplo bom.
    Obrigada por dividir isso conosco.

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